POESIA 066 - Árvore


ÁRVORE
Leandro de Araújo


Ergo a cabeça
Qual festa se move sobre mim
Um bailado de sombras
Que se misturam
Que se dissolvem
Voltam a se misturar

Demoro a desvendar-te as formas
Que disformes se transformam
Em diferentes planos
Quais distintos mundos verticais
Detalhes nítidos quando próximos
Elegante harmonia na lonjura

Do tronco à copa
Copo onde me embriago
Com beleza e clorofila
Com sombra e paz
Em um torpor bom
Languidez de gozo

Penetra a luz pelas pupilas
Filtrada pelo vento movimento
Pintada de verdazulnegro
Olhar extasiado pelo prazer
Sorrir pra ti e venerar-te
Humildemente agradecer

Vejo-me pequeno e frágil
Ante grandeza natural e bela
Estavas aqui antes de mim
E continuarás depois
Eu sou filho da árvore
Em suas raízes peço bênção

Tua sombra é consagração
Banhar-me nela é privilégio
Coberto pelo espírito vida
Que traz energia do fundo da Terra
E leva ao páramo espaço infinito
Me faz partícipe deste caminho


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