POESIA 072 - Retinas


RETINAS
Leandro de Araújo

Sabe aquela luz bonita que, ao final da tarde,
entra rasgando por entre as copas das árvores e,
em diagonal, toca o chão em raios amarelos?
A mesma que no outono ilumina as folhas
que caem lentamente em um balé aéreo e sensual,
formando coloridos tapetes perfumados?

Sabe quando, depois da chuva, aquela flor
rosamarela se ilumina toda de gotículas
que parecem pequenos mundos pendurados?
As suas pétalas aveludadas em degradê
se tornam telas pintadas por mãos de anjos
de voluptuosas cores quentes e lascivas.

Te olhar aqui toda nua, para mim, é assim!
Qual pôr do sol, de brilho mágico e sedutor,
tua luz penetra por minha pupila, ofusca-a.
Escorre languidamente pelo cristalino,
cola teu corpo em chamas na minha retina que,
sensível a ti, se contorce para não perder o foco.

As paisagens mais lindas iluminam meus olhos
quando te vejo assim, vestida de nada e tudo.
Entras pelas mesmas janelas que te penetram de volta.
Íris que te devoram com gosto óptico, desejo tátil.
Vais morar em minhas retinas pelo tempo que quiseres,
pois enquanto puder vê-la nua, terei a luz do dia em meu olhar.



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Comentários

  1. Parabéns, Leandro seu trabalho poético é maravilhoso, lindas e suaves metáforas. Bravo!

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    Respostas
    1. Oi! Quem é?
      Muito obrigado pelo carinho! Fico muito feliz em saber que meus poemas te fazem bem. Um abração!!!

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