POESIA 053 - Deslocado



DESLOCADO
Leandro de Araújo


Sinto-me deslocado num espaço-tempo
Que sequer a física consegue explicar
Olho ao redor e não identifico nada
Sou forasteiro em um bizarro mundo
Cujas casas tortas não vou habitar

Não deveria estar aqui, ou como vim parar
Trilhei caminhos para encontrar um rumo
Quebrei espinhos que me rasgaram a carne
Suei sangue que escorreu pelas sarjetas
Resisti a dor pois me mantinha o prumo

Deslocado a esmo em terras não amigas
Observado por olhos famintos por sofrer
Sem entender em qual desvio perambulei
Por estradas tortas de ar carregado e turvo
Sentindo cansaço demais para retroceder

Diante de duas saídas deslocado agora
Uma encruzilhada que me parte o fim
Prostrar-me aqui e aceitar o descaminho
Ou seguir em frente enquanto tiver forças
E acreditar que o sonho ainda habita em mim




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