Até cerca de dez anos a grande preocupação dos pais com
relação a seus filhos e o uso da tecnologia não passava dos medos relativos à
disseminação de vírus ou a invasão de hackers. Logo em seguida, a engenharia
social e a exposição das informações pessoais e da família, o assédio aos
jovens e os golpes virtuais, tornaram-se pauta no momento de impor limites
quanto à utilização de computadores e internet. Hoje, a tecnologia faz parte da
vida das famílias de forma orgânica, com dispositivos de segurança
desenvolvidos e acessíveis. Poucos podem alegar desconhecer os perigos
digitais, pois eles estão na conversa de bar, no Jornal Nacional ou no papo entre
as crianças. O que tem me preocupado, como educador e usuário de tecnologia é
outro problema que surgiu após a popularização dos tablets e smartphones, o analfabetismo funcional tecnológico.
Entregamos a nossas crianças smartphones capazes de se
conectar com o mundo inteiro, permitimos a instalação de toda sorte de
aplicativos e vídeos de caráter muito duvidoso no que diz respeito à função
pedagógica ou mesmo à segurança da privacidade, mas não permitimos que utilizem
nossos computadores porque podem ser “perigosos” quando mal utilizados. O preço
por esta atitude é alto: jovens estão chegando ao Ensino Médio sem sequer saber
abrir um documento em branco em um editor de textos. Salvá-lo em uma pasta
específica? Criar uma pasta? Uma tabela? Planilhas? “Como assim, sor?”
É preocupante saber que os jovens chegarão à graduação com
um conhecimento tão pequeno sobre a utilização da ferramenta que os acompanhará
pelo resto da vida acadêmica e profissional. Seja em que área for.
Não se iluda! Ver uma criança utilizando um smartphone com
fluidez, abrindo e fechando aplicativos, selecionando vídeos ou manipulando
aplicações não faz dela expert em tecnologia! Demonstra apenas que ela
memorizou a função de cada elemento que aparece no display. Nada muito complexo
para alguém que ainda não tem as preocupações e responsabilidades de um jovem ou
adulto. Papais e mamães empolgadíssimos imaginando um futuro para o brilhante
engenheiro da computação, esqueçam.
Os apps podem ser ferramentas incríveis, mas têm como
característica principal o fato de entregarem pronto o produto final de
qualquer necessidade tecnológica. O aspecto autoral praticamente desaparece com
este tipo de recurso. O aplicativo resolve! É rápido, eficiente e dispensa a
necessidade de se pensar como resolver um problema, pois foca no resultado e
não no processo.
Depois de vinte anos à frente de espaços tecnológicos
voltados à educação, posso afirmar, sem medo de estar promovendo qualquer
injustiça, que a criança do quarto ano do Ensino Fundamental de dez ou quinze anos
atrás podia ser mais produtivo diante de um computador que um estudante
entrando no Ensino Médio em 2019. Este equipamento está fora do contexto para
um jovem hoje. E isto vai fazer muita falta.
Assisti o surgimento das escolas de informática que ensinavam o beabá
acerca da “nova tecnologia”, quando o computador começou a se tornar popular.
Em seguida, assisti à queda destas mesmas escolas, quando o computador
doméstico já estava inserido culturalmente na vida das pessoas. Será que ainda
vou assistir a ressurreição das escolinhas de informática para ensinar nossos
filhos e netos a criar uma pasta no Windows e salvar um documento do Word
dentro dela?
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Iludem o avanço tecnológico na Escolaridade obrigatória. Antigamente havia Colégios de 1º Grau com padrão simples. Alunos desfrutavam da saudável Infância, Adolescência e Juventude. Naturalizou a medíocre pela consequência do equívoco. Penso que as crianças deveriam exercitar a Datilografia já no Ensino Primário. Aprenderiam o Legítimo sentido da habilidade motora.
ResponderExcluirObrigado pela opinião, Davi!!! Abração!!!
ExcluirValeu!
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ResponderExcluirAbsurdamente notório quão a indisponibilidade de comportamento dentro do convívio escolar. Erroneamente insignificante, crianças, adolescentes e adultos nocivamente ''Mal instruídos'', buscarem satisfazerem-se no consumismo fútil. Como afirmei no comentário anterior; Naturalizou a mediocridade do equívoco. Sou pela diminuição de horas, sem que pessoas utilizem do celular moderno. Todavia, eternizada a Evolução dos Computadores da Linha de Windows.
ResponderExcluirCaro Leandro Aráujo! Concordo em gênero e grau com tudo o que o Senhor afirmou! As crianças, aprendendo de manusearem os recursos do software de um dispositivo ou máquina de computador, devem primeiramente: Ter o devido domínio da escrita à mão e interpretação de texto. Segundo: Saber valorizar a utilidade de tais os programas instalados. Todavia, criar pastas, digitarem textos sem erros ortográficos. Sim! Treinamento de sistemas operacionais de Windows e Informática Básica, partindo do 3º ano do Ensino Fundamental! Principalmente, das crianças de permanecerem menos horas conectadas num aparelho móbile de Android, Desktop ou Notebook de bobeira sem o devido proveito. Agora, não proibindo-as de descontrair e aproveitar 1 ou 2 horas de lazer dentro de suas casas, através de seus dispositivos eletrônicos. Até então, tudo bem! Desde que haja regularidade de controle dos responsáveis legais ou deles próprios. Entretanto, absurdamente notório, deparar numa mesa de um Restaurante, Confraternização, ou local rodeado de pessoas: Tal a criança de menos de 10 anos, com os olhos fissurados numa tela de celular! Criaturas em processo de crianção, sendo silenciosamente, mal educados pelos pais! Sei, a verdade dói em certo aspecto! Portanto, é preciso que haja uma Revolução Cultural e resgate de Valores Morais! Obviamente, sensacional a existência de aparelhos como ''microcomputadores'' e telefone celular com câmera embutida. Por todo o efeito, penso que é importantíssimo que as pessoas sequer descartem o uso de computadores. Admito que sempre gostei de máquinas de desktops e notebook. Valeu! Um prazer ler e comentar a sua dissertação!
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