POESIA 020 - Ridículos


RIDÍCULOS

Leandro de Araújo

 

Pessoa tem razão

Cartas de amor são ridículas

 

Tão ridículas como quem ama

Quem sente na face a chama

Na mera lembrança de um amor

 

Que ao vê-la de longe

Sente borboletas ridículas

Fazendo baile nas entranhas

 

Ridículas como as mãos frias

As quentes canções de ausência

Nas solitárias lágrimas da dor

 

Cartas ridículas como embriagar-se

Para amenizar a falta de quem nunca esteve

Mas quem sabe estar

 

Pessoa tem razão

Somos ridículos quando amamos

Inevitável e indispensavelmente ridículos




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