POESIA 013 - Pesadelo


PESADELO
Leandro de Araújo


Acordei hoje bem cedo e na cama me virei.
Pensei no que faria, mas no fim me entreguei.
Levantei, lavei o rosto, e apesar de contragosto,
Pra escola me encaminhei.

Todo mundo mascarado,
Estranho até para olhar.
Alguns com olhos de medo,
Outros, nem dava pra enxergar.
Mas em todos a mesma sorte,
Vieram brincar com a morte
Muito mais que estudar

A professora falava, falava... E eu nada entendia.
Concentrar de que jeito? Só quero que acabe o dia.
Tudo que agora queria era para casa voltar.
Poxa! Eu sou só uma criança!
Alguém ainda tem esperança
De eu não me infectar?

Não brincar com meus amigos!
Não abraçar ninguém!
Ficar bem longe da bola
E tudo que mais convém.
Falam em distanciamento
Mas em mim o sentimento
É que ficarei doente também.

Em casa ficou mamãe, papai e a maninha.
Pessoas que amo muito... Muito mais que a escolinha.
Se a escola ficar doente sei que ninguém vai dizer,
Mas se minha família adoece, o que vai acontecer?
Vou levar o vírus na mochila
Porque a doença não cochila
E não sabemos quem vai morrer

Então num susto desperto e teso sento cama.
Tudo não passou de um sonho, um pesadelo, um drama.
Mamãe sentando ao meu lado
Me enchendo de cuidado,
“Fica tranquilo meu filho, tudo vai ficar bem.
Seguros em nossa casa não temeremos ninguém.
Enfrentaremos o tédio com carinho e alegria.
Protegemos uns aos outros com amor e empatia.”
Manteremos esta postura,
Pois a escola só fica segura
Quando acabar a pandemia.”








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