Acho
louvável qualquer medida voltada à diminuição da proliferação de SPAMS. Para
quem não sabe, SPAM é o nome dado a qualquer anúncio recebido por e-mail, sem
ser solicitado de alguma forma pela pessoa que recebe.
Lembro
que até pouco tempo esse recurso era muito comum. Os anúncios iam de drogas
para emagrecer a Viagra. Na década de 1990, quando as pessoas ainda estavam
aprendendo a navegar pelo mundo da internet, o SPAM foi um dos maiores vilões
da falta de etiqueta digital.
Na
primeira década “pós ano 2000”, os servidores de e-mail começaram a oferecer
serviços gratuitos de anti-SPAM. Quem tinha conta no Yahoo, Gmail, Hotmail e
afins começava a ter, automaticamente, os anúncios desviados para pastas de
lixo eletrônico. Isto fez diminuir sensivelmente este tipo de ferramenta. Hoje,
praticamente todos os serviços de correio eletrônico possuem meios de bloquear
ou desviar os anúncios indesejados. Os próprios navegadores (Internet Explorer,
Mozila Firefox ou Google Chrome) já aprenderam a se defender.
Mas
em pleno século XXI, era da comunicação digital, num período histórico onde
nunca se discutiu tanto o futuro do planeta e a sustentabilidade, um outro tipo
de SPAM corre o mundo livremente, sem que ninguém faça qualquer tipo de
questionamento. Não se trata de nenhum e-mail oferecendo dinheiro para
trabalhar em casa, “aumentador de pênis” ou correntes religiosas. O tipo de
SPAM ao que me refiro não existe no mundo digital e, fatalmente, atinge a todos
nós. Ele causa mais mal que os e-mails falsos, vírus ou cavalos-de-tróia,
porque não está nem aí para computadores, smartphones ou tablets. Estou falando
dos folders de papel.
Toda
a semana cada um dos supermercados da cidade deixam pelo menos uma publicação
de preços e produtos em minha caixa de correio ou preso no portão da minha
casa. Nunca me solicitaram ou questionaram se havia interesse nesse tipo de
divulgação. Às vezes são colocados lá na calada da noite, ou então durante a
manhã, muito cedo. Se contabilizar duas publicações deixadas em minha casa por
semana (é mais do que isso), são anualmente mais de cem jornais com propaganda
não solicitada. Calculem a quantidade disto em todas as residências que
recebem!
São
toneladas de lixo comercial distribuídos livremente, sem qualquer controle. A
gigantesca maioria vai direto ao lixo, sem sequer que seja lido. Muito papel
vai parar na rua. Como é um material totalmente impresso e carregado de
produtos químicos, é quase impossível reciclar.
Gostaria
muito de entender porque é proibido enviarem anúncios para minha conta de
e-mail, mas o mesmo peso e a mesma medida não são usados para regular a
distribuição de material não solicitado nas nossas casas. Os únicos problemas
do SPAM digital é que enche nossas caixas de correio. A publicidade impressa
não solicitada suja a cidade, gera lixo não reciclável, utiliza produtos
químicos para sua fabricação, combustível fóssil para ser transportado... e por
aí vai.
E nesse
momento vocês devem estar se perguntando: O que pode ser feito? Eu já decidi
tomar uma atitude. Estou enviando a proposta de regulamentação à vereadora em que votei no último pleito municipal. Como este é o papel dela, e é para ações
como esta que ela me representa, vou fazer meu papel de cidadão.
As
propostas que estarão nas mãos da vereadora Bia Lopes, da minha cidade de
Esteio, na próxima semana:
-
Proibir a distribuição livre de publicidade impressa não solicitada.
- Os
estabelecimentos comerciais deverão fazer um cadastro dos clientes que
gostariam de receber suas publicações, que deverão ser enviadas apenas a estes.
-
Distribuição de material publicitário impresso nas ruas, apenas em mãos, para
pessoas que quiserem recebê-los.
-
Disponibilização de material publicitário impresso em locais dentro dos
estabelecimentos comerciais, para que as pessoas, quando assim quiserem, possam
levá-los.
-
Utilização de, pelo menos, 10% do espaço impresso para orientações relativas ao
correto descarte deste material.
Esta
é a maneira que encontrei para tentar diminuir esta quantidade absurda de lixo
que é distribuído sem controle nas ruas da minha cidade.
Para
concluir, quero deixar duas únicas perguntas:
1. Tu
ainda lembras em quem votaste para vereador nas últimas eleições municipais?
2. Quantas
vezes tu já procuraste um vereador para propor alguma melhoria para tua cidade
ou para questioná-lo a respeito do trabalho que vem fazendo?
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Como vai vivente e amigo? Muito interessante tua iniciativa. Sugiro, ainda, que incluas na petição junto à vereadora a ideia de sanção frente a eventual descumprimento da regra. Espero que tua indignação encontre eco no Legislativo municipal e que fermente a participação de muitos outros "Leandros". Abração. Gilvan.
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