OPINIÃO 030 - Chegar bem ou chegar rápido?

Amanhã inicia mais um feriadão. Independente do que é celebrado, é dia de se divertir com a família, de dar um tempo.

Para muitas pessoas é a oportunidade de pegar a estrada e fazer aquele passeio que há horas havia planejado.

Na próxima semana tudo deve voltar ao normal, à rotina, trabalho.

Para quase todos, porque inevitavelmente teremos nos telejornais os fatídicos números das mortes no trânsito durante o feriado prolongado. É sempre assim.

Já saímos para o feriado com a expectativa do número divulgado no início da próxima semana.

Como viajo muito em função do Projeto Aquecimento Cênico, saio sempre com esta expectativa. Voltar vivo pra casa. Como sempre considerei chegar bem mais importante que chegar rápido, costumo dirigir dentro do limite de velocidade e não ultrapassar a não ser que tenha certeza absoluta que vou chegar vivo no final da manobra.

Calma aí... não estou me colocando no papel de motorista exemplar. Já fiz muita bobagem, e provavelmente ainda venha a fazer mais. Contudo, no que diz respeito à estrada, sempre tenho em mente este pensamento, de chegar... apenas chegar.

A maioria dos absurdos que vejo durante estas jornadas é relacionada à arrogância ou prepotência do motorista que pensa ser imortal. São comportamentos que eu não acredito fazer parte da vida destas pessoas fora do seu veículo. Vejo muita gente jogando o carro à sorte para ultrapassar um caminhão ou correndo em velocidades onde o carro fica impossível de controlar no caso de um incidente. E tudo isto, se colocarmos na calculadora, por poucos minutos de diferença no final de seu trajeto.

Por que tem que ser assim? Me pergunto se quem tem comportamento agressivo na estrada se dá conta da própria fragilidade. Acredito que se estas pessoas tivessem noção do sofrimento de sua família, caso não cheguem vivos ao final de sua viagem, seriam menos egoístas e trocariam sua loucura por chegar mais rápido pelo simples chegar bem.

Acreditem: não somos mais fortes por estarmos dentro de nossos carros. Continuamos sendo carne, ossos e sangue. Não fazemos parte da estrutura de aço dos veículos... e mesmo que fizéssemos, estas também se desmancham com uma facilidade tremenda.

Pode parecer utópico, quase ingênuo, mas sonho o dia em que eu possa ligar o rádio pela manhã e o radialista embasbacado noticiar que no feriado não tivemos nenhuma morte nas estradas. Que todos conseguiram voltar tranquilamente para suas famílias.

Logo pego a estrada para viajar com as pessoas que amo, minha família. Semana que vem volto pra casa. Aqui dentro, pelo menos, uma criança ingênua ainda acredita.

Um ótimo feriado a todos!!!

Leandro de Araújo

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