OPINIÃO 001 - Meu primeiro blog...

Sempre tive vontade de criar um blog. Talvez faltasse uma justificativa que motivasse sentar em frente ao computador para escrever algo que fosse despretensioso, que não fosse relacionado ao trabalho ou aos estudos, mas que fosse lido por outras pessoas. Mas não podia ser algo vazio de sentido.


Gosto muito de escrever, principalmente quando não estou bem comigo mesmo. Acho que as emoções, quando estão alteradas, são ótimas catalisadoras para papel e caneta, no caso, teclado e mouse. Não tenho muitos textos, mas todos os que escrevi e gosto, foram feitos em momento de extremos emocionais.

Difícil decidir como começar. O que e quando também são expressões que frequentemente impõem barreiras à veia criativa.

Mas hoje levantei cedo e enquanto me preparava para sair para mais um dia de batente, lembrei de Antônio Augusto Ferreira. Para quem não ouviu falar neste nome (uma grande injustiça cultural é saber que nossas legendas são conhecidas apenas por uma minoria, mas isto é assunto para um texto a se publicar aqui), trata-se de um dos maiores compositores de nosso Rio Grande do Sul. Antônio Augusto Ferreira, ou apenas "Tocaio", como também era conhecido, foi o autor de vários clássicos da música gaúcha. Poemas como Veterano ("Se lembra o tempo de guerra, a vida volta pra trás..."), Alma de Poço ("Ai ai ai de mim, ama de poço, jeito de rio...") e muitas outras foram imortalizadas nas centenas de festivais que foi vencedor. Tive a honra e a felicidade de compartilhar com Tocaio Ferreira seus últimos anos. Fui uma espécie de "escudeiro" nas últimas vezes que veio a Porto Alegre e no último Festival de Barranca que participou. Pois um dos ensinamentos que tive com ele me veio com força hoje pela manhã. Lembrei quando voltávamos da Barranca, de São Borja à Santa Maria, viemos proseando e fazendo poesia no carro. Lá pelas tantas começamos a trocar histórias e contei a ele algumas poucas e boas que passei com o meu avô, Januário Araújo (Cungo, para os íntimos) e qual minha surpresa quando Tocaio perguntou o que eu estava esperando para colocar estas histórias no papel. Nunca havia pensado nisso... as histórias que o vô Januário me contava e outras que eu presenciei serviam para isto, para a roda de amigos, para a prosa livre de gramáticas ou leituras. Pois a resposta dele foi incisiva: "Histórias são feitas para se colocar no papel, porque senão tu vais e elas vão junto." Hoje o nome de Antônio Augusto Ferreira está imortalizado porque sua obra está em livros e discos. Por mais que o tempo passe, ela vai continuar lá...

Decidi então seguir o conselho do Tocaio, e a partir de hoje estarei publicando minhas linhas aqui. Vou começar publicando três textos que já são conhecidos de muitos, pois já rondaram outras mídias, mas são textos pelos quais guardo um grande carinho. Dei uma atualizada neles, porque afinal de contas cada momento é único, e sempre que releio algo meu, sou compelido a mudar alguma coisinha... Depois, sigo publicando textos novos, sempre que possível. Minha meta é escrever um mínimo de dois a três trabalhos por mês. Se der, mais. Mas como somos escravos do relógio e do calendário, vamos com calma.

E esta é a ideia do meu blog, meus amigos. Aproveitem-no como quiserem... Certa feita o poeta e amigo Carlos Omar Villela Gomes me disse algo que não esqueci mais: “O poema quando ganha o mundo é como um filho que se vai, deixa de ser nosso e passa a ser do universo.” Estávamos meio “tchucos” no momento, mas achei a frase de um fundamento cavalar.

Por hora era isso.

Um fraternal e cinchado abraço,

Leandro de Araújo.’.


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