A MÁSCARA EM TRÊS ATOS
Leandro de Araújo
I - Negar
Ele não usa máscara para amar
a ti
Sequer se esconde em farsa de
aleivoso ser
Não crê na dor da morte para
assim viver
E sem barreira alguma ainda te
olha e ri
Sem esconder o rosto para
estar aqui
Seus olhos vertem ódio para não
te ver
E aponta o dedo em riste como
proteger
O sopro da verdade que não
traz em si
E que não venha o luto então
quebrar-te a crista
Nem a magra o corte com sua
foice fria
Pois não é a sorte de um
negacionista
Que assim desfaz do amor, da
fé, da empatia
Mas desmascarar a fraude de um
egoísta
É amar de máscara numa
pandemia
II - Proteger
Ele usa máscara para te amar
também
Não tolda o rosto para te
negar sorriso
E vai sentir distante teu
acenar conciso
Mas em seu peito sempre vai
morar alguém
Que mesmo ao longe tua
presença tem
Qual o calor que aquece assim
se faz preciso
Arder em chama a falta sem
deixar aviso
Para sentir a todos sem tocar
ninguém
Não mais vê sentido em ser
individual
Neste mundo onde ninguém vive
singular
Para encontrar sentido em renascer
plural
Uniu-se a outros tantos para
caminhar
Sem braços dados, sem
alimentar o mal
Te sorrir de máscara e o
coração tocar
III - Salvar
Eles usam máscaras que riscam
a cara
Que fundo cortam epiderme,
coração e alma
De armadura branca para enfrentar
com calma
O desespero e a dor que seu
mister ampara
Em sua ciência que o destemor
mascara
A esperança afável em um olhar
que acalma
Quando o ar desaparece e a mão
no peito espalma
Saudando o bravo anjo que aos
meus pés me encara
São todos mais que heróis em
nossa companhia
Generosa hoste trava a luta
desigual
Trazem consigo conhecimento e
empatia
Majestosas armas a combater o
mal
Que nunca mais será chamado
pandemia
Vai se chamar passado em um porvir normal
Muito bom, meu amigo. Ótima leitura para madrugada... Kkkk
ResponderExcluirMuito obrigado, meu amigo! A madrugada convida para uma leitura! Abraço grande!
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