PREFIRO O LÁPIS
Leandro de Araújo
Prefiro o lápis.
O som gostoso do grafite
Deixando seu rastro no papel.
Escura lâmina,
Afiada inspiração,
Rasgando a carne branca
Das pautas do caderno.
Prefiro o lápis.
Seu negro asfalto,
Caminho feito de ideias,
Sonhos e fantasia.
Pontuda ponta emerge da madeira,
Ligação do lápis com a Terra
De onde vem, para onde vai.
O lápis feito de pó
Ao pó voltará!
Cilindro vivo que traduz
Em seu recheio fantástico
Palavras e sombras e luzes
Dos olhos da memória
Da voz da razão.
Amigo íntimo da mão
Seduz os dedos ao tocá-los
Promiscuamente...
Parindo-lhes os filhos
Que ganharão o mundo
E viverão na retina,
Na alma sabe-se lá de quem.
Prefiro o lápis,
Que qual poeta
Se consumindo aos poucos
Faz de sua vida “poiesis”.
Palavra, voz e caminho!
Sendo até o fim
A primeira e última linha
Entre o eu e o mundo.
Prefiro o lápis...
Poiesis: palavra de origem grega que significa criação ou produção. No contexto filosófico, é uma das modalidades da atividade humana, juntamente com a teoria e a práxis.
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Belíssimo poema, meu irmão!
ResponderExcluirIdentifiquei-me com ele porque, também, prefiro o lápis.
Oh, meu irmão! Muito obrigado pelo carinho! Abraço cinchado!!!
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