No
Movimento Tradicionalista Gaúcho existem pessoas experientes e pessoas velhas.
As
pessoas experientes enxergam que suas instituições são constituídas pelos seres
humanos que seus galpões abrigam. As pessoas velhas acreditam que a entidade é
o galpão, que quem estiver dentro dele é passageiro.
Os
experientes entendem que os jovens são o futuro da entidade, que a
contemporaneidade de suas atitudes não é uma ameaça à tradição, pois estes
mesmos jovens escolheram estar ali, mesmo tendo um universo de opções que os
deixariam livres para ser o que quisessem. Os velhos não. Eles querem dizer aos
jovens o que devem ser, ouvir e vestir, deixam claro que as músicas que ouvem e
as coisas que dizem não são "compatíveis" com a tradição.
O
experiente diz ao jovem que a tradição pode somar, contribuir com sua formação
como ser humano. O velho diz ao jovem que ele tem que optar em ser o que é ou
um "tradicionalista de verdade".
A
experiência ensina que devemos abraçar a todos, para que aqueles que se
encontrarem permaneçam. Na lógica do velho temos que eliminar aqueles que não
se enquadram logo no começo, para que não contaminem os demais.
O
experiente quer aprender com o novo. E aprende! O velho acha que está aqui para
ensinar. E tenta empurrar o que acha certo goela abaixo, como se fosse o
capataz da verdade.
O
experiente ama seus jovens. O velho quer ser temido por eles.

O
experiente é reconhecido como amigo. O velho quer ser chamado de patrão.
Os
experientes deixarão um legado. Os velhos, no máximo, uma foto em um quadro na
parede do CTG.
Estas
reflexões pessoais são fruto da observação, depois de 35 anos envolvidos com
tradicionalismo gaúcho. Declamador, blogueiro, instrutor de grupos de danças e,
hoje, oficineiro de interpretação no Projeto Aquecimento Cênico. São 35 anos
convivendo, compartilhando e aprendendo. De orelhano à membro de patronagem. De
crítico às inovações a alguém que hoje tenta entendê-las e aprender com elas.
Este sou eu, alguém que ama a cultura gaúcha e acredita que apenas através do
jovem tradicionalista, de sua força e de tudo que tem a ensinar, podemos
extrair o que há de melhor na tradição, perpetuando o que é bom e lembrando,
como aprendizado, daquilo que não podemos repetir jamais.
Leandro de Araújo
Me segue no Instagram: @leandrodearaujofotografia
E no Twitter: @Le_Aquecimento
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Graças a Deus o Tiara conta com uma PATROA muito "experiente" e nada tem de "velha".
ResponderExcluirQue maravilha! O Tiara é uma entidade muito especial! Abração!
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