
Fala-se muito que as pessoas não tem mais
tempo umas para as outras, que vivemos cada vez mais sozinhos em meio à
multidão. Na verdade, fala-se muito sobre muita coisa.
Hoje, 14 de junho, é uma data muito especial. Dedicada mundialmente há pessoas que não estão nem aí para estes conceitos individualistas ou ostracistas que muitas vezes nos são empurrados goela a baixo por literaturas que pregam um futuro conectado, mas ao mesmo tempo frio no que diz respeito a relacionamentos. Hoje é DIA MUNDIAL DO DOADOR DE SANGUE.
Hoje, 14 de junho, é uma data muito especial. Dedicada mundialmente há pessoas que não estão nem aí para estes conceitos individualistas ou ostracistas que muitas vezes nos são empurrados goela a baixo por literaturas que pregam um futuro conectado, mas ao mesmo tempo frio no que diz respeito a relacionamentos. Hoje é DIA MUNDIAL DO DOADOR DE SANGUE.
Doar
sangue voluntariamente. Nada pode ser mais nobre. Dar uma parte de si para
salvar a vida de alguém que não se conhece. Poder fazer parte da solução de um
problema apenas com sua presença de espírito, sua generosidade. A forma mais
humana de doação, sem que seja necessário que o doador abra mão de qualquer bem
material, sem tirar nada das pessoas que ama, livre de qualquer tipo de culpa.
Não
consigo entender o fato de alguém não querer doar sangue. Claro, respeito muito
o livre arbítrio, e o fato de querer doar sangue está condicionado diretamente
a este verbo complicado: QUERER. Mas vamos pensar um pouco e tentar entender
tudo que há de positivo neste gesto tão simples.
Sou
doador de sangue voluntário desde os dezoito anos (lá se vão 19 anos da minha
primeira vez). Faço isto três ou quatro vezes ao ano, pelo menos. Nunca tive
qualquer complicação relacionada ao processo, nunca passei mal ou tive qualquer
reação clínica que pudesse ser ligada ao fato. Ganho um exame de sangue que
pode detectar vários problemas toda vez que o faço, além de ter minha pressão
arterial medida periodicamente, o que é muito importante na prevenção da
hipertensão. Às vezes, para não comprometer-me profissionalmente, vou à Santa
Casa de Porto Alegre no sábado pela manhã e faço a doação, mesmo sabendo que o
gesto dá direito a uma folga, já aproveito para dar uma volta no Centro da
capital.
Doar
sangue não altera a condição fisiológica ou física. Não engorda, não afina o
sangue (de onde me tiram isso?) nem vicia. Sim, já ouvi pessoas dizerem que não
doam sangue porque fazendo isto uma vez, vão ter que fazer sempre. Não se pega
doenças doando sangue, pois todo equipamento utilizado é descartável e suas
embalagens são abertas na frente do doador. Quem doa sangue não precisa ser
doador de órgãos.
Acho
muito curioso quando as pessoas fazem promessas se há alguém da família
enfermo. Acendem velas, caminham quilômetros ou sobem escadarias de joelhos.
Não questiono a fé, que para mim é uma força inquestionável, contudo, seria tão
mais justo, então, ir doar sangue. Pedindo pela vida de alguém, posso ajudar
outra pessoa que está na mesma situação! O mesmo para torcedores de qualquer esporte,
que fazem coisas absurdas para seu time ser campeão.
Já
que falei na questão da fé, é claro que ninguém vai ser beatificado porque doou
sangue. Também não virará herói. Doar sangue voluntariamente é um gesto
discreto. Não virá qualquer familiar ou receptor do sangue agradecer ou dar-lhe
os parabéns. A grande satisfação de tal iniciativa é interna. É saber que a
partir da hora que tu saíres do banco de sangue, aquele pouco que tu deixaste
ali, que não te custou nada, pode resultar na recuperação ou até mesmo salvar a
vida de alguém. Por isso não espero que alguém adoeça para doar sangue, como alguns
argumentam. O infortúnio não avisa, nem é anunciado. Quero que o sangue esteja
lá para ajudar a quem possa vir a precisar, e não o contrário.
Tenho
ouvido argumentos de pessoas que afirmam não doar sangue voluntariamente porque
se alguém da família precisar, não poderá doar. Isto é um absurdo, pois a
chance de que nosso sangue seja utilizado por um familiar é remota. Normalmente
o soro e plaquetas utilizados são do estoque dos bancos de sangue, em situações
de emergência não há tempo para que se espere parentes de quem precisa. Acredite
que se alguém da tua família precisar de doadores, a chance dela se salvar se
houver estoque no hemocentro é muito maior do que se depender da mobilização da
família.
Para
finalizar, convido vocês a conhecerem os hemocentros mais próximos. Escolham um
dia da semana, ou mesmo em um sábado (muitos bancos de sangue atendem neste dia).
Converse com profissionais da saúde sobre o processo. Não é uma perda de tempo,
é um ganho na qualidade de tua relação contigo mesmo.
O que é preciso para doar
· Estar em boas condições de saúde
· Levar documento oficial de identidade com foto
· Ter idade entre 16 e 68 anos incompletos. Menores de 18 anos precisam de autorização de pais ou responsáveis legais.
· Pesar 50 Kg ou mais
· Não estar em jejum, mas com alimentação não gordurosa
· Ter dormido pelo menos 6 horas antes da doação
· Não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação
Alguns Impedimentos Temporários
· Gripe ou febre · Gravidez
· 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana
· Tatuagem ou acupuntura nos últimos 12 meses
· Exposição à situação de risco para a AIDS (múltiplos parceiros sexuais, ter parceiros usuários de drogas)
Alguns Impedimentos Definitivos
· Doença de Chagas ou Malária · Hepatite após os 10 anos de idade
· Ser portador dos vírus HIV (AIDS), HCV (Hepatite C), HBC (Hepatite B), HTLV
· Uso de drogas injetáveis
Intervalos para doação
- Homens: 60 dias (até 4 doações por ano)
- Mulheres: 90 dias (até 3 doações por ano)
Doe sangue com responsabilidade
Nunca doe sangue se você quiser apenas fazer um exame para AIDS. Neste caso, procure um Centro de Testagem Anônima e gratuita.
Informe-se pelo Disque-Saúde: 0800-61-1997
Cuidados pós-doação
- Evitar esforços físicos exagerados por pelo menos 12 horas
- Aumentar a ingestão de líquidos
- Não fumar por cerca de 2 horas
- Evitar bebidas alcóolicas por 12 horas
- Manter o curativo no local da punção por pelo menos de quatro horas
- Não dirigir veículos de grande porte, trabalhar em andaimes, praticar paraquedismo ou mergulho
Comentários
Postar um comentário